Mais uma novidade, este escrevinhador agora tem CNH!
Como as coisas não acontecem comigo de maneira simples, "senta que lá vem estória".
Em meados de 2023 eu consegui um dinheiro e aproveitei para dar entrada no processo da CNH. Fiz pesquisa de preço aqui em Garanhuns e encontrei um CFC (Centro de Formação de Condutores, conhecido como autoescola) que estava dando um desconto se o processo fosse feito por ali.
Eu já tinha o acesso Gov.br em nível ouro (isto cabe outro post a esse respeito, mas resumidamente é o seguinte: o Governo Federal mantém um portal, gov.br, para as pessoas terem acesso a informações e alguns benefícios dele, e este portal tem níveis de acesso, do menor para o maior nível, a saber, bronze, prata e ouro), aí foi relativamente fácil emitir o boleto para o DETRAN de Pernambuco, para o pagamento do exame médico e psicológico. Paguei e aproveitei para colocar EAR na carteira (EAR - exerce atividade remunerada). Fiz apenas para categoria B, porque eu só tinha dinheiro para a B naquele momento.
Por quê EAR? Eu pensei o seguinte: pode haver oportunidade de fazer algum serviço de motorista (aplicativo, entrega, etc) e com esta inscrição eu fico dentro do critério de pessoa que trabalha com o carro. Além disso, para a carteira B (pelo menos por enquanto) não há necessidade de exame toxicológico, só quando ou se eu fizer upgrade da CNH.
O exame médico foi feito com oftalmologista designado, e o exame psicológico foi feito em uma clínica de uma psicóloga que eu já a conhecia de vista. Tive parecer apto no oftalmo, e o primeiro parecer dela foi temporariamente inapto por conta do feriado dos dias seguintes (acho que foi o feriado de Finados), mas depois do feriado ela emitiu novo parecer, desta vez apto.
Voltei para o CFC com o boleto pago, paguei antecipado pelas aulas (teóricas e práticas) e no fim do ano eu fiz as aulas teóricas.
A respeito das aulas teóricas: a gente recebeu a apostila com a teoria, eu fiz uns quatro simulados no decorrer das aulas com todos os assuntos, mas sobre a quantidade de aulas presenciais (uma semana de aulas), eu acho que foram poucas. Mas eu estudei a apostila, fui fazer a prova teórica na CIRETRAN de Garanhuns e acertei 23 questões. A prova tem 30 questões, é feita nos computadores da CIRETRAN, e a quantidade mínima de questões para ser aprovado são 21 (pelo menos até o dia da escrita deste post).
OK, fui aprovado na teórica, e fiquei esperando abrir vaga para as aulas práticas. O ano teve que virar pra eu poder ter vaga! Duas semanas de aulas práticas, que variaram entre uma hora ou duas por dia. Primeiro contato com o carro, botões e alavancas, troca de marchas, circuito, depois rua.
Aqui em Pernambuco o/a candidato/a faz a prova prática em um circuito na CIRETRAN. Aqui em Garanhuns os testes são, nesta ordem: parada em rampa, semáforo, ciclista, baliza. Tudo, sempre em primeira marcha. Antes havia o teste da garagem, mas foi retirado na minha vez. E os CFCs imitam o circuito nos seus espaços de prática.
A parte da baliza, por incrível que pareça, foi bem fácil de decorar e fazer. É praticamente uma coreografia que a pessoa faz com o carro. Três minutos para colocar o carro dentro da vaga, e eu estava fazendo isso com pouco mais de um minuto e meio. Semáforo, é parar no sinal vermelho (depois eu soube que a pessoa tem que parar no amarelo), fazer controle de embreagem e sair no sinal verde. A dificuldade mesmo foi a rampa. Eu estava sempre deixando o carro estancar, "morrer". Quando eu conseguia sair, era acelerando e cantando pneu. Eu já estava até preocupado, de tanto errar eu estava com medo de treinar e fixar o erro, em vez de fixar o procedimento certo.
Foi necessário vir outro instrutor para eu poder pegar o jeito do controle da embreagem na rampa. Mesmo assim, precisei fazer três (3) testes práticos.
O primeiro teste foi uma negação. Emocionado como estava, só depois de sair com o carro eu me lembrei de... engatar a primeira marcha. Sério, eu saí com o carro em ponto neutro (ponto morto)! Logicamente, o carro nem sequer subiu a rampa, estancou ali mesmo. Eliminado, por contagem de pontos (máximo de três pontos). O jeito foi pagar a taxa e reagendar.
Da segunda vez, saí com o carro, engrenado, mas depois de parar na rampa... o carro estancou. Duas vezes. Eliminado de novo. Desta vez não foi só pagar a taxa, eu tive que pagar algumas aulas extras.
Mas da terceira vez deu certo. Consegui fazer o controle de embreagem, o carro passou suave pela rampa, aí pensei, agora eu consegui! Passei pelo semáforo (verde pra mim), pelo ciclista, fiz a coreografia da baliza e, quando eu estava saindo, percebi que tinha outro carro se aproximando para a baliza também. Esperei ele passar, saí da minha vaga, e eu estava me aproximando dele quando perguntei ao examinador se eu parava atrás ou se eu passava, ele me disse apenas que o motorista era eu, eu que decidisse.
Fui. Passei do lado do carro (que estava parado já, se aprontando para a baliza), bem junto do meio fio da esquerda, e só sosseguei depois que passei dele. O final foi entregar o carro e esperar, ansiosamente, os cinco dias úteis (sete dias corridos) para baixar o aplicativo da CNH digital...
E aparecer o documento, com aquela foto do início. Sim, é PPD (permissão para dirigir), e preciso de mais um ano para pegar a CNH definitiva. Mas para todos os efeitos, este escrevinhador está habilitado!
Sim, o documento é lindo. Foi sonhado, chorado, obtido com esforço, ansiedade, dinheiro extra. Mas a foto, concordo, está horrível!
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Bom, agora só falta o carro pra fazer jus à carteira. Se estiver a fim de ajudar este escrevinhador, mande um pix.